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Estreia do filme Permacultura na Pampa dá início às atividades da segunda fase do Projeto Pampa

2-05-2016

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Renovado ao final do ano passado por mais três anos, após período de avaliação e planejamento nos meses finais de 2015 e iniciais de 2016, o Projeto Pampa teve suas atividades a campo retomadas na última semana de abril. Entre os dias 26 a 30, a equipe da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) esteve em Manoel Viana (RS) visitando famílias e grupos do Assentamento de Reforma Agrária Santa Maria do Ibicuí, buscando conhecer suas principais atividades produtivas e suas relações com o manejo dos solos, da água e também necessidades sobre a disponibilidade e geração de energia. O objetivo foi identificar e estimular mais pessoas interessadas a participarem das ações do projeto, incentivando práticas de manejo sustentáveis nas propriedades rurais.

As visitas foram acompanhadas por lideranças comunitárias, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Associação de Produtores de Arroz Orgânico do Capão do Bugio (APRAO), da Cooperativa Regional dos Assentados da Reforma Agrária de Manoel Viana (COMAV) e da Cooperativa Regional da Reforma Agrária Vianense (COOPEARA), organizações que atuam com as diversas atividades produtivas no assentamento. De acordo com Juliana Mazurana, coordenadora do projeto, a intenção é que, a partir das visitas e dos diálogos com as organizações e pessoas da comunidade, possa se identificar famílias que estejam dispostas a implantar e dar continuidade a unidades demonstrativas de manejo sustentável de água, solo ou energia em suas propriedades, e a compartilhar esses saberes e práticas com outras pessoas, estimulando o desenvolvimento dessas práticas. Ao longo da semana, foi possível conversar também com agricultoras e agricultores que já participaram de ações do Projeto Pampa e vêm implantando propostas apresentadas ao longo de cursos e oficinas realizadas, os quais relataram estarem tendo resultados positivos com o uso de técnicas agroecológicas para os plantios.

Além das visitas junto às famílias, o trabalho também incluiu um diálogo com a direção da Escola Estadual de Ensino Fundamental Paulo Freire, localizada no interior do assentamento, que atende a filhas e filhos de assentadas e assentados. Em 2015, um dos módulos do Curso de Permacultura, desenvolvido em parceria com o Instituto de Permacultura e Ecovilas da Pampa (IPEP), ocorreu na escola, tendo sido construída uma cisterna para armazenamento de água da chuva e um círculo de bananeiras, para tratamento das águas provenientes da pia da cozinha. A perspectiva é que o trabalho tenha continuidade, envolvendo estudantes e docentes em ações que vinculem o espaço escolar às temáticas que estiverem sendo abordadas também no contexto do assentamento como um todo.

As atividades foram finalizadas no sábado, dia 30, com a exibição de estreia do filme “Permacultura na Pampa: uma vivência com assentamentos e comunidades quilombolas”, produzido pelo Coletivo Catarse ao longo do Curso de Permacultura, seguida de uma roda de diálogo sobre as perspectivas para a continuidade do projeto na região. O evento, realizado nos espaços da Escola Paulo Freire e da Comunidade Católica Nossa Senhora Conquistadora, reuniu mais de 40 pessoas do assentamento, além da direção da escola e de técnicas da Emater/RS-Ascar de Manoel Viana, divulgando o trabalho já desenvolvido ao longo dos últimos anos e promovendo um espaço para a identificação conjunta de demandas locais e proposição de ações.