Utilizar os resíduos orgânicos gerados na propriedade para geração e abastecimento residencial de gás: essa é uma das vantagens na implantação de um sistema biodigestor de resíduos. Buscando conhecer um pouco mais sobre essa tecnologia e suas alternativas, no dia 24 de outubro, um grupo do Assentamento Jaguari Grande, de São Francisco de Assis, realizou uma visita à Fetag e à Associação Sepé Tiaraju, em São Luiz Gonzaga (RS).
A Associação Sepé Tiaraju, uma associação de sindicatos sediada em São Luiz Gonzaga, executa um projeto de implantação de biodigestores nas propriedades de agricultoras e agricultores familiares na região, que está vinculado ao Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), com a projeção de construção de 48 biodigestores na região das Missões. Este projeto se dá em parceria com a Diaconia Recife, premiada no desenvolvimento deste trabalho no nordeste brasileiro, e que agora pretende difundir a técnica também em outras regiões do país.
Na oportunidade, o grupo visitou uma família de agricultoras e agricultores familiares que instalou um biodigestor em sua propriedade e realizou a canalização do gás gerado pelo biodigestor para o fogão da residência. De acordo com as técnicas da Fetag, que acompanharam a visita, trata-se de uma técnica simples e de fácil manejo para as famílias. O biodigestor também é construído a partir de materiais acessíveis, facilitando sua instalação.
A partir dos diálogos realizados, o grupo de São Francisco de Assis mostrou-se motivado a levar a proposta do biodigestor também para os seus lotes. Em 2015, durante a realização do curso de permacultura promovido no âmbito do Projeto Pampa, que envolveu assentamentos e comunidades quilombolas da região da fronteira oeste, uma versão mais simples e demonstrativa de um biodigestor foi construída em um dos lotes do Assentamento Jaguari Grande. Assim, pensando-se em uma proposta mais duradoura, pretende-se implantar uma estrutura semelhante à conhecida durante a visita, em sistema de mutirão com a comunidade do assentamento.
