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Seminário Estadual de Mudanças Climáticas discute impactos no RS

13-09-2016

 No dia 9 de setembro aconteceu em Porto Alegre (RS) o Seminário Estadual de Mudanças Climáticas, Matriz Energética e Justiça Social, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre como as mudanças climáticas estão afetando a vida da Terra e os seres que nela habitam, com foto no Rio Grande do Sul. Também visou debater as causas e consequências destas alterações, dando visibilidade às alternativas sustentáveis e de resistência que estão sendo vividas e implementadas por grupos nos diferentes territórios e comunidades.

O encontro foi uma iniciativa organizada pela Caritas Brasileira – Regional do Rio Grande do Sul (Cáritas RS), Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Centro de Referência em Direitos Humanos da Avesol (CRDH-Avesol), Centro de Inteligência Urbana (CIUPOA) e Defesa Civil de Porto Alegre (GADEC). O evento contou com aproximadamente 90 pessoas de 25 municípios do RS que realizaram troca de experiências e de conhecimento.

Assessoraram o seminário o agrônomo e ecologista membro do Movimento Roessler, Arno Kayser, o pesquisador e professor de Climatologia do Departamento de Geografia da UFRGS, Francisco Aquino, e o assessor nacional do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS), Ivo Poletto, abordando sobre a matriz energética e o modelo de desenvolvimento do RS, mudanças climáticas e impactos na região sul do Brasil, além da 21ª Conferência do Clima (COP21).

Francisco Aquino tem a convicção de que a ação do ser humano alterou e está alterando o clima da Terra e que os desastres naturais associados ao clima - mensurados desde 1980 - tem aumentado. Segundo Aquino, “o cenário é pior do que o previsto”.

Os direitos socioambientais foram abordados sob diferentes perspectivas por Marília de Medeiros Gonçalves (assentada e articuladora de projetos sustentáveis em Herval), Marcos Blanco (pecuarista familiar da região do Alto Camaquã), Antônio Braga (acampado do MST em Cruz Alta), Dorvalino Cardozo (liderança indígena Kaingang de São Leopoldo), Nilo Dias (quilombola da Comunidade do Algodão em Pelotas) e Daniel Soares (representante de povo do Terreiro e atua no Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia – CAPA).

Este momento profundamente rico evidenciou que o modelo de desenvolvimentista não respeita o ser humano nem a biodiversidade. Na lógica capitalista não cabem os direitos, e as culturas dos povos e comunidades tradicionais. Mas são exatamente estes aspectos que fazem com que os diferentes coletivos ali representados resistam, lutem e criem alternativas de cuidado, preservação e respeito a outras pessoas, ao planeta, aos ancestrais, às futuras gerações, às identidades… A roda de conversa concluiu seu momento envolvendo todos num círculo de dança e afetividade.

Por fim foi ressaltada a importância da Encíclica Laudato Si – Sobre o cuidado da Casa Comum - onde Papa Francisco deu uma mensagem extra ciência, mas amparada na ciência, com uma mensagem de cuidado e ação frente ao Planeta Terra para qualquer cidadã e cidadão do mundo, independente de sua crença.

Fonte: Aline Gallo / Cáritas RS