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​Primeira etapa do Curso de Agroecologia é realizada em assentamentos da fronteira Oeste

6-09-2016

Curso capa

Compreender a importância de um solo saudável para garantir o cultivo de alimentos e a saúde do meio ambiente e de quem planta: esse foi o assunto da primeira etapa do Curso de Agroecologia, que está sendo desenvolvido junto às comunidades dos Assentamentos da Reforma Agrária Jaguari Grande, em São Francisco de Assis (RS), e Santa Maria do Ibicuí, em Manoel Viana (RS), em parceria com a Emater/RS-Ascar. Realizado entre os dias 30 de agosto e 2 de setembro, com a duração de dois dias em cada assentamento, o curso foi assessorado por Sebastião Pinheiro, agrônomo com larga experiência na área da agroecologia e atuação no movimento ambientalista.

Pinheiro apresentou a técnica de análise do solo por meio da cromatografia de Pfeiffer, destacando que se trata de um meio simples e barato de se acessar informações sobre a qualidade dos solos. As agricultoras e agricultores puderam experimentar a técnica na prática, analisando amostras de solo trazidas de seus próprios lotes e compreendendo como se dá a interpretação do cromatograma. Ao longo do passo-a-passo, que envolve a preparação dos reagentes e dos aparatos para a análise, as e os participantes também tiraram dúvidas, em trocas e diálogos com Sebastião. Este destacou a importância de as pessoas se apropriarem destas técnicas e passarem-nas adiante, contribuindo para a autonomia da comunidade. 

Além da cromatografia, foram trabalhadas técnicas para o manejo agroecológico do solo, como a produção de biofertilizantes, a peletização de sementes e a elaboração de campos de metagenômica, com o uso de pó de rocha e carvão, como uma forma de restabelecer a vida do solo. Os encontros teóricos foram realizados nas sedes dos assentamentos e as atividades práticas, desenvolvidas em lotes de agricultoras e agricultores participantes do curso. A ação também envolveu estudantes da Escola Estadual Paulo Freire, presente no Assentamento Santa Maria do Ibicuí, que auxiliaram na elaboração do campo de metagenômica em uma área nos fundos da escola. Ao final dos encontros, as e os participantes mostraram-se estimuladas e estimulados a dar continuidade à aplicação das técnicas trabalhadas também nas suas áreas de cultivos, exercitando e revisitando formas alternativas de relação com a terra.