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Oficinas no Quilombo Rincão dos Negros resgatam técnicas agrícolas tradicionais

19-06-2017

Rincão dos Negros 1Para tratar de temas como saúde do solo e manejo agroecológico de pomares, foi realizada no dia 13 de junho, junto à comunidade quilombola Rincão dos Negros, em Rosário do Sul (RS), uma oficina de agroecologia. Grande parte do público participante foi de mulheres moradoras da comunidade que vêm realizando o cultivo de um pomar no território quilombola. Nessa oficina, Emater/RS também esteve presente, por meio da participação de um dos técnicos do escritório de Rosário do Sul.

A partir dos princípios de cultivo agroecológico, foi apresentada uma proposta de trabalho com o grupo, baseada no plantio de espécies para adubação verde do solo (plantas que possuem capacidades especiais para recuperação de solo), uso do pó de rocha e formulação do biofertilizante Supermagro, que será utilizado como adubação foliar das plantas. A partir do encontro, a comunidade assumiu a tarefa de realizar o manejo com o biofertilizante até a estabilização do pomar, bem como de cobrir as sementes de adubação verde semeadas com o uso de grade por tração animal.

Já em setembro, no dia 26, uma nova oficina realizada na comunidade abordou técnicas como a queima de osso, para uso do pó de osso no biofertilizante. Um dos moradores da comunidade, Sr. Dirceu, relembrou as memórias sobre o uso dessa técnica: “Quando jovem, há cerca de 40 anos, na fazenda onde trabalhava era comum a peonada juntar ossos nos campos e queimar, para misturar no sal para dar para o gado”.

As mulheres realizaram um preparo prévio do solo em uma parte do pomar, em que viraram a terra com o auxílio de pá. Nessa área, o grupo fez o plantio de feijão miúdo, que deverá ser plantado também em toda a extensão do pomar de frutíferas, utilizando-se a mesma técnica de preparo do solo. No manejo das mudas, enquanto parte das pessoas participantes passava uma pasta repelente de formigas no caule das plantas, outras aplicavam o biofertilizante, em mutirão. Nesse encontro, também, a comunidade definiu pelo plantio de um hectare de milho crioulo, a partir das técnicas agroecológicas pautadas na oficina.