Cerca de 90 pessoas integrantes de mais de 20 organizações sociais de diversos municípios, especialmente da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, participaram do encontro Reconhecendo memórias e saberes para o fortalecimento de identidades, promovido pela FLD em Rosário do Sul (RS), no dia 11 de junho.
O encontro, uma das ações do Projeto Pampa da FLD, reuniu representações da agricultura e pecuária familiar, da pesca, do artesanato típico, de assentamentos e de comunidades quilombolas, garantindo grande diversidade de público, realidades e experiências. O objetivo foi aproximar organizações sociais que atuam com base na solidariedade e no uso sustentável dos recursos locais, para que estabeleçam e fortaleçam relações. Ainda, promoveu a reflexão sobre a relação entre identidade e território e sua importância para um desenvolvimento com justiça social e ambiental no bioma Pampa.
Patrimônio cultural imaterial
Foram apresentadas realidades e iniciativas existentes em outros biomas brasileiros, abordando conceitos e legislações pertinentes. O patrimônio cultural imaterial, que diz respeito às práticas e domínios da vida social, que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer, celebrações, formas de expressão e nos lugares, mereceu destaque por ter relação direta com identidade, memória e territorialidade.
Assessoraram as atividades Lourdes Cardozo Laureano, da Articulação Pacari, uma rede socioambiental presente em quatro estados: Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Maranhão, formada por organizações comunitárias que praticam medicina tradicional através do uso sustentável da biodiversidade do Cerrado; Francesa Rodrigues Silva, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, com atuação nos estados do Tocantins, Maranhão, Piauí e Pará, que trabalha na defesa dos direitos das quebradeiras de coco, na conservação das florestas de babaçu e livre acesso ao babaçual, na região de transição entre Cerrado, Caatinga e Amazônia; e Alexandre Krob, do Instituto Curicaca, organização que promove a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável, a diversidade cultural e a valorização dos bens, expressões, práticas e saberes nos biomas Mata Atlântica, Pampa e na Zona Costeira.
As questões levantadas pelas/os participantes nos trabalhos à tarde serão encaminhadas ao grupo consultivo do Projeto Pampa, composto por representações de diversos segmentos e municípios da fronteira oeste do estado. A partir das demandas e propostas identificadas, serão planejadas as próximas ações a serem realizadas na região.
No encerramento, foi servido um coquetel com dezenas de pratos doces e salgados, a base de mandioca, preparados pelas comunidades Rincão dos Menezes e Rincão dos Machados, de Rosário do Sul.