Cerca de 70 pessoas, representantes de 50 movimentos e organizações sociais, estiveram reunidas, entre os dias 16 e 18 de novembro, em Brasília (DF), no Seminário Nacional Mudanças Climáticas e Justiça Social – A água na perspectiva do Bem Viver.
O encontro, promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS) e pelo Movimento de Educação de Base (MEB), foi espaço de debates sobre ameaças socioambientais presentes nas diferentes regiões brasileiras e de lutas empreendidas pelos povos e comunidades na busca por justiça socioambiental, especialmente no que se refere à não privatização da água.
Em carta elaborada e aprovada no final do encontro, entidades presentes reafirmaram a água como bem comum e alertam sobre as catástrofes causadas pelo seu mau uso.
Um trecho do documento afirma: “A água como mercadoria concentra lucros e promove carência, doença e morte. [...] Temperaturas mais altas aceleram a evaporação e a evapotranspiração, tornando as secas mais severas. As tempestades também se tornam mais intensas e grandes enchentes ceifam vidas, devastam solos e plantações, e comprometem o abastecimento de água. É o caso das enchentes destruidoras na Serra dos Órgãos (RJ), no Rio Madeira (RO), em Itajaí (SC), o Furacão Matthew, no Haiti e o mais recente Furacão Maria, em Porto Rico.“
No entanto, a perspectiva de um Bem Viver reacende as esperanças. “Essa nova visão de desenvolvimento que nos propõe o Bem Viver nos inspira a continuar atuando em defesa da democracia plena, contra a privatização da água e pela soberania territorial, alimentar, genética, hídrica e energética.”, finaliza a carta.
Para ler na íntegra,
Junto à essas discussões, abordaram-se questões relativas ao processo de formação continuada e multiplicadora sobre mudanças climáticas, iniciado pelo Fórum em 2017, e as perspectivas para sua continuidade.
Do Rio Grande do Sul, estiveram presentes a assessora de projetos da FLD, Julia Witt, e Luana da Rosa, do Movimento Roessler para Defesa Ambiental.